DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III)
da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de
dezembro de 1948.
ARTIGO 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para
com os outros em espírito de fraternidade.
ARTIGO 2.º
• Todos os seres humanos podem invocar os direitos e
as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma,
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião
política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou
de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção
fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do
território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território
independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
ARTIGO 3.º
• Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e
à segurança pessoal.
ARTIGO 4.º
• Ninguém será mantido em escravatura ou em
servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são
proibidos.
ARTIGO 5.º
• Ninguém será submetido à tortura nem a penas ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
ARTIGO 6.º
• Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento
em todos os lugares da sua personalidade jurídica.
ARTIGO 7.º
• Todos são iguais perante a lei e, sem distinção,
têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
ARTIGO 8.º
• Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para
as jurisdições nacionais competentes contra os atos que violem os direitos
fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
ARTIGO 9.º
• Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou
exilado.
ARTIGO 10.º
• Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a
que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal
independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das
razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.
ARTIGO 11.º
• Toda a pessoa acusada de um ato delituoso
presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no
decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa
lhe sejam asseguradas.
• Ninguém será condenado por ações ou omissões que,
no momento da sua prática, não constituíam ato delituoso à face do direito
interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do
que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso foi cometido.
ARTIGO 12.º
• Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua
vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem
ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a
pessoa tem direito a proteção da lei.
ARTIGO 13.º
• Toda a pessoa tem o direito de livremente circular
e escolher a sua residência no interior de um Estado.
• Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em
que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.
ARTIGO 14.º
• Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito
de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.
• Este direito não pode, porém, ser invocado no caso
de processo realmente existente por crime de direito comum ou por atividades
contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
ARTIGO 15.º
• Todo o indivíduo tem direito a ter uma
nacionalidade.
• Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua
nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.
ARTIGO 16.º
• A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o
direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça,
nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução,
ambos têm direitos iguais.
• O casamento não pode ser celebrado sem o livre e
pleno consentimento dos futuros esposos.
• A família é o elemento natural e fundamental da
sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado.
ARTIGO 17.º
• Toda a pessoa, individual ou coletivamente, tem
direito à propriedade.
• Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua
propriedade.
ARTIGO 18.º
• Toda a pessoa tem direito à liberdade de
pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de
mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a
religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado,
pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
ARTIGO 19.º
• Todo o indivíduo tem direito à liberdade de
opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas
suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de
fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.
ARTIGO 20.º
• Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e
de associação pacíficas.
• Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
associação.
ARTIGO 21.º
• Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na
direção dos negócios públicos do seu país, quer diretamente, quer por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
• Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições
de igualdade, às funções públicas do seu país.
• A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos
poderes públicos; e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar
periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo
processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.
ARTIGO 22.º
• Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem
direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos
direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço
nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os
recursos de cada país.
ARTIGO 23.º
• Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre
escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à
proteção contra o desemprego.
• Todos têm direito, sem discriminação alguma, a
salário igual por trabalho igual.
• Quem trabalha tem direito a uma remuneração
equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência
conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros
meios de proteção social.
• Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras
pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para a defesa dos seus
interesses.
ARTIGO 24.º
• Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres
e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias
periódicas pagas.
ARTIGO 25.º
• Toda a pessoa tem direito a um nível de vida
suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar,
principalmente quanto à alimentação, ao vestuário,
ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais
necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez,
na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por
circunstâncias independentes da sua vontade.
• A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a
assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do
matrimonio, gozam da mesma proteção social.
ARTIGO 26.º
• Toda a pessoa tem direito à educação. A educação
deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental.
O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser
generalizado; acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena
igualdade, em função do seu mérito.
• A educação deve visar à plena expansão da
personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades
fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o
desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
• Aos pais pertence a prioridade do direito de
escolher o gênero de educação a dar aos filhos.
ARTIGO 27.º
• Toda a pessoa tem o direito de tomar parte
livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no
progresso científico e nos benefícios que deste resultam.
• Todos têm direito à proteção dos interesses morais
e materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou artística da
sua autoria.
ARTIGO 28.º
• Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano
social e no plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efetivo
os direitos e as liberdades enunciados na presente Declaração.
ARTIGO 29.º
• O indivíduo tem deveres para com a comunidade,
fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua
personalidade.
• No exercício destes direitos e no gozo destas
liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com
vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e
liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da
ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática.
• Em caso algum estes direitos e liberdades poderão
ser exercidos contrariamente aos fins e aos princípios
das Nações Unidas.
ARTIGO 30.º
• Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser
interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou
indivíduo o direito de se entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato
destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.
Assembleia Geral das Nações Unidas
Sabe quando
você começa a assistir um filme na TV e acha que o filme vai ser ruim?
Dez a um como ele vai ser ruim.
Mas você espera até o fim para finalmente chegar à
conclusão de que deveria ter trocado ou desligado à primeira impressão.
Quase tudo na vida é assim. Você conhece uma pessoa,
tem um relacionamento com ela. Lá no fundo você acha que não vai dar certo. Mas
algo te impele a continuar e a ir em frente. Muitos vão longe demais para poder
voltar e aí a constatação. Não deu certo!
De onde vem essa impressão e porque quase sempre
vence essa indecisão?
Acho que gente inconscientemente vai somando os prós
e os contras e aplica o tal do otimismo. Pode ver... todo mundo vive falando:-
Tenta! Vai em frente! No fim da tudo certo! Mas não dá...
Quem está de fora e é nosso amigo,ainda pode ter uma
visão privilegiada da situação, porque está menos afeito à ilusão que nos
impede de julgar absolutamente certo.
Aliás, absolutamente é demais. Ninguém consegue
julgar nada nem ninguém com absoluta certeza, absoluta clareza, absoluta coisa
nenhuma.
O que fazer ? Como fazer? Qual a atitude certa a
tomar? Ir ou não ir? Ser ou não ser?
Éssa é e sempre foi a questão!
Uma coisa é certa e esse foi o começo dessa
história. Se você está assistindo um filme e parece que ele não é bom, pode
parar por aí. Você se conhece melhor do que ninguém. Seu cérebro já julgou as
premissas dos dez primeiros minutos e lhe avisou que não é disso que você
gosta.
Assim, desligue, mude de canal, faça outra coisa.
Não perca mais noventa minutos para descobrir que o filme é um lixo e você não
gostou mesmo.
E na vida a história se repete.
Se você tem a impressão de que algo ou alguém não
foi feito para você, não espere dez ou vinte anos para tomar a decisão certa.
A vida da gente é um filme só! Não tem reprise e não
dá para assistir muitos outros.
Escute o que sua razão manda, pelas corretas
impressões que ela tem do que você gosta ou não gosta, do que é ou não bom para
você.
Sua vida é importante demais para que as emoções
tomem conta das suas atitudes.
Guarde a emoção para um próximo e bom filme.
Não perca tempo.
Marinho Guzman
A gente tira
o sujeito da favela mas não tira a favela de alguns sujeitos.
As pessoas costumam tirar conclusões apressadas a respeito
de algumas frases. Isso se dá por vários motivos, onde a análise mais apurada a
respeito de um assunto é menos importante que dar a sua própria opinião.
Opinião que certamente não retratará a verdade
expressa na frase e que demonstra quão pouco ela é importante para os
“sabichões”.
Recomendo a leitura desse texto para quem resolva se
indignar com meu título, antes de saber um pouco a respeito do assunto.
Favela, espaço e sujeito: uma relação conflituosa de
Ana Beatriz Rodrigues Gonçalves e Denise Aparecida do Nascimento.
(
http://www.textosemarketing.com/2013/01/favela-espaco-e-sujeito-uma-relacao.html
)
Joãozinho Trinta já dizia que pobre gosta de luxo,
não de lixo.
Largados á própria sorte, grupos de pessoas em todo
o mundo agrupam-se em áreas próximas dos grandes centros urbanos que não dispõe
de infraestrutura como água, luz, gás, esgoto, postos de saúde, policiamento e
condução. Com algumas variações, esses grupos são denominados favelados.
Muitas desses grupos e dessas regiões se encontram
às margens dos rios e essa teria sido inicialmente a origem da denominação de
moradores marginais. Marginavam os rios e passaram a viver às margens da lei
pela criação de regras próprias e pela inobservância das regras sociais
impostas aos cidadãos.
Desnecessário descrever mais do que isso, para quem
vive em qualquer cidade grande do nosso país.
Ao andar ontem pelo Guarujá, pude notar claramente
que nós, os moradores das habitações regulares, somos as verdadeiras vítimas
das administrações corruptas.
Os chamados favelados, os desocupados, os marginais
e os “trabalhadores informais” circulam livremente pela cidade e nós precisamos
nos resguardar dentro dos carros com os vidros fechados, circular só nas ruas
policiadas, não podemos usar relógios nem máquinas fotográficas.
Nossas famílias, nossas filhas e mulheres têm que se
submeter à falta de educação dos bêbados nas ruas e praias porque essa é a
cultura ou a falta de cultura da favela e a que impera na cidade.
Nós, donos de estabelecimentos comerciais, temos que
cobrar os mesmos preços cobrados pelos “ambulantes” que não pagam impostos e
não respeitam as leis, sejam elas trabalhistas ou dos consumidores.
A prefeita e o vice-prefeito andam pelas ruas com
guarda-costas.
Salve Jorge!
Isso é fantástico!
Marinho Guzman
Walmor Chagas
Leio que Walmor Chagas suicidou-se com um tiro na
cabeça e imagino quantas vezes ele não repetiu o gesto de apontar a arma para a
própria cabeça e raciocinar, ou mesmo acovardar-se, do ridículo da situação.
Até que isso não lhe parecesse mais ridículo do que
manter a própria vida.
Marinho Guzman
O melhor
do pior.
Guarujá seria, para um amigo, a melhor cidade ruim
para se morar.
Concordo. Não há melhor lugar onde eu pudesse morar
que não Guarujá que me adotou há 22 anos.
Em que pese todo lixo urbano e humano da cidade,
olhar esse marzão lindo faz esquecer desse marasmo que os incompetentes
administradores, eleitos pelos eleitores idiotas lançaram a cidade desde que
cheguei.
Amiga minha montou esse ano uma loja no Guarujá e já
aprendeu a reclamar da fraca temporada. É verdade, não será mais possível
ganhar na temporada o dinheiro necessário para manter aberta uma loja o ano
todo.
Expliquei para a minha amiga que só tem uma coisa
pior do que ter uma loja no Guarujá.
Não ter nenhuma loja.
E assim vamos, os prefeitos mentindo que trabalham,
nós mentindo que acreditamos, até que a cidade se torne realmente a pior cidade
do estado para se morar e ser comerciante seja pior do que morrer de fome.
Isso é fantasticamente ridículo. Mas é!
Marinho Guzman
Premio ou castigo
Visto aqui do presente, as decisões que tomamos no
passado parecem premio ou castigo.
A gente consegue ver quem seria nossa mulher, elas
conseguem ver se o ex-namorado fez sucesso na vida profissional ou se tornou um
pinguço barrigudo.
A gente vê o estrago que os anos fizeram naqueles
corpos firmes, ombros largos, barriga de tanquinho, bundas lindas e peitos
fenomenais.
A gente vê se aquela falta de conversa era timidez
ou ignorância e comer a vovó não será tarefa fácil para ninguém.
Marinho Guzman
Carnaval no Guarujá.
O carnaval é uma festa pública originária da Grécia
de meados de 600 a 520 a.C.
Por incrível que pareça, passou a ser uma
comemoração adotada pela Igreja Católica em 520 d.C. como “adeus à carne” daí o
nome “carne vale”.
O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é
produto da sociedade vitoriana do século XIX.
A cidade de Paris foi o principal modelo exportador
da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e
Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas
festas carnavalescas.
De um tempo para cá, principalmente no Brasil, o
carnaval é muito mais lembrado como Sodoma e Gomorra, pelos excessos sexuais e
etílicos. E nem se fale de adeus à carne porque o que mais se vê são churrascos
antes, durante e depois da festa, o que custa aos cofres públicos um dinheiro
que não existe para contratar médicos, aparelhar hospitais e minorar o
sofrimento da maioria daqueles foliões que gastam grande parte dos salários de
muitos meses para aparecerem como pequenos pontos coloridos nos desfiles das
escolas de samba.
O carnaval está mais para circo do que para festa,
pelo tamanho da palhaçada que os administradores do dinheiro público fazem.
Há verbas de todos os tipos, com todos os nomes e
sempre para os mesmos bolsos. Não se vê gente séria envolvida com essa
palhaçada porque se era ou foi sério algum dia deixa de sê-lo quando alguém é
homenageado, agraciado, paparicado ou qualquer outro nome que se dê a tamanha
insuflação do ego.
Nos próximos dias vamos ler no Diário Oficial do
Município o tamanho das verbas destinadas ao carnaval e os gastos com a
montagem dos palanques. Os mesmos palanques usados para as campanhas
eleitorais, os mesmos cabos eleitorais, os mesmos foliões com o dinheiro
público.
E os hospitais? Bem isso é para nós, os palhaços de
sempre!
Isso é fantástico!
Marinho Guzman
Quem semeia ventos colhe tempestades.
Guarujá vai colher esse ano o que vem semeando há
muitos.
Chove e chove muito na cidade.
As ruas estão alagadas por causa do lixo que entope
os bueiros, causando congestionamento nas ruas que só comportam engarrafamento
de um carro. A infeliz permissão de estacionar dos dois lados da rua permite a
ocupação dois terços da via transitável.
Alguns perguntarão onde estacionar tantos veículos?
E eu respondo, nos estacionamentos que estão vazios porque o turista ou
veranista prefere deixar na rua, onde não paga, do que deixar nos
estacionamentos regularmente estabelecidos que geram empregos e impostos.
Os comerciantes já perceberam que essa temporada
será a pior dos últimos anos. Os sobreviventes estão contabilizando vendas mais
de cinquenta por cento inferiores ao ano passado, que já foi muito ruim.
Já falei do shopping de verão do Hotel Casa Grande.
Fiasco seria uma palavra muito boa para adjetivar o desastre completo daquele
que já foi um templo de consumo e do bom gosto.
A denominada Feirinha Hippie da Praia de
Pitangueiras tem muita gente, mas não vende nada. Resistiu à onda de se
transformar em um monte de lojinhas de roupas de mau gosto, péssima qualidade e
procedência duvidosa, como a das Astúrias, que já mudou de nome e nem usa mais
a palavra artesanato.
Lá, os boxes que também são cedidos a
permissionários pela prefeitura (sabe-se lá com que critério), foram alugados
ou vendidos a pequenos comerciantes que vendem de tudo um pouco. Isso mesmo, um
pouco. Tão pouco que a lei da oferta e da procura vai se encarregando de fazer
a justiça que a fiscalização faz vistas grossas. Vão vender tão pouco e com
pequena lucratividade e tanta concorrência, que mal vai dar para pagar o
aluguel para os donos espertalhões e as funcionárias.
Os restaurantes do Guarujá têm melhor sorte. Estão
sempre cheios e vão faturar o suficiente para arcar com os custos depois da
temporada. Lucro de verdade que é bom, como havia antigamente, onde se ganhava
dinheiro para trocar de carro e até mesmo comprar uma propriedade nunca mais.
Um deles ficou famosíssimo na mídia nacional esse ano porque seu proprietário
matou o cliente pela grande diferença de R$7,00 na conta.
O s postos de saúde e hospitais também não vão se
queixar da falta de pacientes. Dengue, diarreia, intoxicação alimentar, lesões
corporais e tiros vão deixar esses locais sempre lotados.
Com muitas reclamações e com contas milionárias a
serem pagas pelos proprietários de imóveis, que não têm nada com isso, e que
serão chamados a cobrir os grandes rombos com o dinheiro do IPTU.
E os fogos, as bandas e o carnaval? Deveriam ser
terminantemente proibidos com dinheiro publico.
A prefeitura que quisesse fazer festa deveria buscar
apoio das empresas que faturam barbaridade e levam o dinheiro embora, a saber,
as cervejeiras, os vendedores de água, sucos, coco etc.
E os quiosques? Esse é um assunto que eu gosto
sempre de abordar porque parece milagre. Multiplicam-se a cada ano, produzem
lixo e nem sequer se dão ao luxo de embalar corretamente. De um tempo para cá
fizeram banheiros e duchas para vender banho e sabe-se lá onde despejam essa
água e esses dejetos. Alguns falam do número de empregos que geram, mas eu
gostaria de ver o livro de registro de empregados e as carteiras de trabalho.
Uma mentirada descarada que só não termina no Ministério do Trabalho porque
essas pessoas, muitas delas menores, têm medo e pouco conhecimento dos seus
direitos.
Assunto vasto, a temporada de 2.013 vai ser rápida e
dolorida. Muitos já avaliam seus prejuízos e contam que a temporada de verdade
só vai do dia 28 de dezembro a 6 de janeiro.
A chuva que caiu nesses dias não deu para lavar a
égua, como se diz mas vai servir para levar muita gente para o buraco.
Já ia me esquecendo da falta dos banheiros públicos.
Nem mesmo os químicos foram colocados. Sem banheiros, todos os frequentadores
do Guarujá vão ter de ver de perto a merda que está a cidade e optar por fazer
as suas merdas nas próprias casas ou no mar.
Isso é fantástico!
Marinho Guzman
Chovendo no molhado.
Basta chover para que muitas ruas do Guarujá fiquem
alagadas impedindo a passagem de veículos.
Isso paralisa o trânsito e os motoristas temerosos
dos estragos que a água pode causar nos veículos, com o perigo dos assaltos que
aumentam nessas condições, buzinam freneticamente, tirando o sossego de
milhares de pessoas que teoricamente estão nos seus apartamentos para
descansar.
Os espertos da prefeitura apressam-se a divulgar que
já reclamaram com a Sabesp, com o Governador e com o Bispo e que isso é culpa
das administrações passadas.
Não dá para aceitar desculpas, mas perguntar por que
a atual administração não faz a lição de casa, fiscalizando a colocação do lixo
por parte dos comerciantes e moradores na hora certa, em containers adequados e
obriga a empresa contratada a cumprir o horário de coleta.
Grande parte dos alagamentos poderiam ser evitados
se o lixo não fosse espalhado pela chuva entupindo as bocas de lobo e os canais
de drenagem dessa água.
A legislação prevê coleta especial, bem como a
manutenção desse lixo em câmaras frigoríficas especiais para estabelecimentos
como restaurantes e shoppings. Tudo isso é simplesmente ignorado.
Outro problema grave com a coleta de lixo é a falta
de locais apropriados para que os caminhões estacionem na hora de retirar o
lixo.
A inexistência de baias e da regulamentação de
horário de estacionamento, obriga os caminhões a pararem no meio das ruas
enquanto o lixo é recolhido. Isso gera engarrafamentos, buzinaço e
desinteligência entre os lixeiros, motoristas e transeuntes, que se veem
colocados numa verdadeira praça de guerra.
Para essas providencias não seria necessário senão
vontade, competência e fiscalização, coisas que não existem nessa
administração, o que demonstra que a incapacidade e a falta de vontade são
fatores tão importantes como a falta das obras que poderiam minorar esses
alagamentos.
Falta das obras que não foram feitas pela falta do
dinheiro que foi mal utilizado pelas ultimas administrações, que preferem
culpar o Papa, reclamar para o Bispo e colocar a culpa na SABESP, fazendor com
que todos os frequentadores do Guarujá tenham mais uma oportunidade para falar
mal da cidade.
Isso é fantástico!
Marinho Guzman
O Hotel Casa Grande, o Shopping de Verão e o final melancólico das coisa que não são tratadas com a devida seriedade.
Quem passar pelo Shopping do Hotel Casa Grande
poderá ver os estragos que a má fama do Guarujá fez e a cara de derrotados dos
que arriscaram a apostar que um belo passado resistisse às más administrações
que transformaram a cidade em cemitério de empreendimentos.
O fracasso do Shopping do Casa Grande será um dos
muitos da temporada.
Aberto por volta de 1.999 sob o comando de João
Dória Jr. o Shopping de verão levou milhares de pessoas para visitar e comprar
artigos de qualidade a preços considerados accessíveis, por quem está
acostumado a comprar artigos de qualidade e de grifes famosas.
João Dória abandonou o empreendimento dois ou três
anos depois e dedicou-se a coisas sérias, de qualidade, com gente que está
acostumada a apostar e fazer sucesso sendo sério, condição fundamental para o
futuro de qualquer empreendimento.
Ano após ano o número de visitantes diminuiu
drasticamente e eu duvidava que eles conseguissem alugar todos os espaços esse
ano.
Acertei, há várias lojas fechadas emprestando uma
aparência ainda mais lúgubre ao local.
Nos últimos três dias tive o cuidado de ir até lá
para constatar que a chuva que inunda as ruas da cidade já afogou os lojistas
incautos que se arriscaram a montar lojas e esperar polpudo faturamento, para
poder pagar um aluguel que deve estar próximo dos quarenta mil reais pela
temporada de quarenta e poucos dias que pretende ficar aberto.
O Shopping do Hotel Casa Grande foi criado para ser
assunto que justificasse a mídia em torno de marcas famosas. João fez uma mídia
monumental em torno do fato, levou nomes conhecidíssimos dos famosos de todas
as áreas e todo mundo ganhou muito com isso, especialmente o Guarujá.
Hoje não há mais marcas famosas no Shopping do Casa
Grande e seu movimento está muito aquém do esperado, certamente muito menor do
que o famigerado Russi, o Village, a Rua Argentina que vendem artigos de
qualidade menor e procedências duvidáveis.
Isso não quer dizer que esses shoppings consigam
atingir seus objetivos e falarei disso antes do término da temporada.
Já faz alguns anos que a “inteligência” do Guarujá
deixou de alardear o sucesso das temporadas. Agora se preocupa em não deixar
que as notícias muito ruins apareçam na imprensa local.
Isso é Fantástico!
Marinho Guzman
O prestígio de um lugar é como a lua. Quando não cresce, necessariamente diminui.
Só posso falar do Guarujá a partir de 1.970, ano em
que comecei a frequentar a cidade como turista de um dia, já que o apartamento
da família era em Santos.
Tenho amigos que conheceram a cidade bem antes disso
e a alegria daquelas lembranças contrasta com a tristeza de ver a cidade no
estado em que se encontra. Alegrias e tristezas maiores que as minhas.
A única ligação da Ilha de Santo Amaro era a balsa e
fazendo aquele trajeto sacolejante, de ida e volta, em cima de uma Honda 750
cc. eu me sentia um desbravador.
Andávamos sempre em pequenos grupos de quatro ou
cinco, acompanhados de garotas que pretendiam demonstrar sua parte de rebeldia
acompanhando os raros e tresloucados motociclistas.
Os motoqueiros eram tão poucos e quase sempres as
mais bonitas já tinham namorado com quase todos.
Com exíguos biquínis de cortininha, aqueles que
podiam ficar maiores ou menores, de acordo com a ocasião, elas quase sempre prometiam
mais do que acabavam dando.
Em ambos os lados a Avenida Adhemar de Barros
existiam grandes terrenos vazios e ao chegar à Praia de Pitangueiras a gente
tinha a impressão de que se ali não fosse o paraíso era o mais próximo que se
poderia chegar.
Mas não parávamos em Pitangueiras porque ali era
grande a vigilância dos pais sobre as garotas que pegavam praia em frente aos
seus prédios.Seus biquínis eram pequenos mas a vigilância dos pais era feroz.
Nosso destino era a Praia de Pernambuco.
Lá, as garotas santistas mais ousadas fugiam das
areias escuras da praia de Itararé, José Menino e Gonzaga e depois de duas ou
três caipirinhas especiais do Hotel Jequiti elas estavam sempre dispostas a
montar nas motos sem discutir qual seria o destino.Ninguém falava em poluição,
praia imprópria ou camisinha.
Nessa época pré-aids o que contava eram as pílulas
anticoncepcionais e o risco de uma visita a uma das clínicas clandestinas de
aborto que todo mundo conhecia, sendo a mais famosa delas na Rua João Moura em
São Paulo, propriedade de um médico perito criminal da polícia. Guarujá era um
sonho para nós.
Ninguém tinha apartamento por aqui, nós nos
contentávamos em passar o dia e voltar a Santos para as noitadas no Clube da
Orla, no Ilha Porchat, no Juá ou simplesmente trocando de garotas sempre que
possível.
Nessa época o Hotel Casa Grande era o lugar mais
badalado para se hospedar. Quando eu desejava impressionar alguma garota mais
difícil, convidá-la para o fim de semana no Casa Grande era a última tentativa,
a palavra-chave, a certeza de não errar.
Quarenta anos se passaram e o glamour que todos nós
conhecemos transformou-se num amontoado de lixo em cada porta, um bando de
moleques pedindo esmolas em cada esquina, praias impróprias e favelas.
Muitas favelas e muita bandidagem.
Tomaram conta de tal maneira da cidade que fizeram
dos prédios verdadeiras gaiolas com grades.
As grandes casas da Enseada e do jardim Virgínia
colocaram muros altos nas suas portas o que não impediu que perdessem muito do
seu valor, porque para entrar ou sair desses muros, não há sistema de segurança
que impeça roubos e mortes.
Em um ou outro condomínio fechado há a aparência de
segurança.
A peso de ouro empresas privadas prometem o que nem
sempre conseguem garantir.
Ainda é possível ver de vez em quando, carros lindos
e caros, motos potentes, e gente bonita.
Alguns ainda mantém a esperança de que a cidade
possa se recuperar de quarenta anos de maus tratos e voltar a ter glamour.
Eu não.
Marinho Guzman
A democracia é falha porque a maioria quase sempre é
burra.
Podem dizer que é a melhor forma de governo e eu não
vou dizer o contrário.
Mas o governo do povo, pelo povo, falha gravemente
quando permite que a maioria burra eleja péssimos administradores para governar
mal.
Em qualquer empresa, sociedade ou agremiação a
votação é feita por pessoas do mesmo nível ou que tenham um mínimo de
conhecimento para escolher entre seus pares os melhores.
Ontem questionei a secretária da academia a respeito
da altura do som emitido por um dos aparelhos de TV que apresentava um clipe da
Madona, o outro onde passava o jornal, a aula de spining ministrada dentro de
um cubículo que não se pode chamar de sala, feito de divisórias comuns de
escritório e vidro fino. Isso sem contar o barulho dos doze ventiladores
gigantescos.
Notem que eu não reclamei por reclamar. Municiei-me
do genial aplicativo “dB Decibel 10th” disponível na App Store (recomendo) e
mostrei a ela que o nível de ruídos da sala ultrapassava de longe a marca
aceitável.
Cheia de razão ela sapecou a sua verdade, de que a
maioria gostava, a maioria queria e é assim que deveria ser.
Ora, que maioria é essa se eu não fui ouvido nem
tenho notícia de que tenha havido qualquer consulta?
Na cabeça dessa medíocre atendente, a maioria seria
a dos participantes da aula? Bem, para mim é como consultar vinte bandidos e
viciados, a respeito do rigor da cadeia.
Certamente a maioria faria escolha diferente, da
maioria de nós que precisamos nos proteger contra eles.
Ao permitir que analfabetos e despreparados sejam
obrigados a votar nossos governantes sinalizam com clareza de que não querem
prestar contas a quem sabe pedi-las.
Voltando ao som alto da academia, ninguém quer saber
de colocar paredes que vedem corretamente o som. A maioria ignara não se
preocupa com a certeza de que o som acima dos níveis normais prejudica a saúde,
a audição e o raciocínio.
Mas quem quer raciocinar?
Isso é fantástico!
Marinho Guzman
Feliz Ano Novo!
Nos últimos dias de 2.011, escrevi um texto quase
amargo de desabafo, pelo pior ano que me lembro em toda a minha vida
(http://www.marinhoguzman.com/2011/12/tudo-pronto-tudo-velho-para-o-ano-novo.html)
Parece que funcionou. Minhas pragas pegaram todas.
Vejo meus desafetos continuarem iguais ou piores do que sempre foram. Uns
merdas!
Em compensação, fui recompensado com muito mais do
que mereci, e a repetição, como um mantra, de que Deus não demora, ele tem seu
tempo e quando o tempo chega ele capricha, aliada às minhas costumeiras boas
ações no dia a dia, fizeram com que 2012 fique marcado como o melhor ano da
minha vida.
A melhor notícia foi a cura total da minha querida
Amanda Palma do problema que colocou à prova a sua fibra.
Ela tem todos os predicados e precisou deles e de
uma dose extra de fé em Deus para aos trinta anos enfrentar com coragem o que
derruba muitos, quase todos.
Depois, desde que me mudei para o Guarujá há mais de
vinte anos, lutei muito e ferozmente, para que a cidade mudasse para melhor.
A insistência em não reconhecer a minha falha
estava, sem que eu percebesse, minando minhas forças, abalando minhas crenças e
me deixando fragilizado perante uma corja de bandidos travestidos de políticos
que ano a ano transformaram a cidade no que ela é definida por um querido
amigo. “A melhor cidade ruim que se tem para viver.”
No exato momento em que reconheci ter perdido a
batalha e desisti de gastar energia boa com gente ruim, as coisas começaram a
mudar e posso dizer que depois de entregar às pessoas ruins o que elas queriam
tirar de mim, foi se o peso. Acabaram-se os problemas e Deus agiu porque chegou
a hora, me dando muito mais do que eu esperava e o tanto que ele achou que eu merecia.
O próximo ano promete ser ainda melhor do que esse
que finda.
Com tudo que preciso e a querida Amanda Palma ao meu
lado, os que me conhecem bem sabem do que eu estou falando e espero que os que
não conhecem tão bem acreditem.
Vale a pena agradecer a Deus todos os dias. Um
desses dias ele também vai achar que chegou a sua hora e você vai ver do que eu
estou falando.
Feliz Ano Novo para todos! Graças a Deus!
Marinho Guzman
Me engana que eu gosto.
Há muitas maneiras de enganar a fome e algumas de
tornar palatável o dia a dia das pessoas.
Nem todas as verdades podem ser ditas, algumas devem
ser esquecidas num canto da memória bem difícil de ser acessado.
Os defeitos das pessoas que para uns são insuportáveis,
para outros passam despercebidos e a convivência harmônica e pacífica exige que
nós nos enganemos um pouco.
O que importa se o vizinho não é um bom pai ou se a
mulher dele tem pouca cultura e nenhuma educação?
Nada... nada...
A regra me afasta das pessoas que não comungam com
meus ideais, ideias, e que aceitam um pouco de desonestidade nas suas relações
de convivência.
Isso é tudo.
Essa história de que as pessoas gostam de ser
enganadas é um engano.
Marinho Guzman
Cuidado com o álcool !
Todo mundo está cansado de saber que se trata de uma
droga. Da categoria das permitidas e aceitas mas ainda uma droga. As coisas
andam bem longe do brinde, do acompanhamento de uma refeição, daquela primeira
dose que acelera os batimentos cardíacos e desinibe as primeiras palavras. O
que se vê é o exagero da bebida alcoólica com mil desculpas e subterfúgios para
tornar aceitável essa perigosa droga que mata mais do que qualquer outra. Mata
quem bebe e quem tem o infortúnio de cruzar o caminho dessas pessoas que não
perceberam que essa comédia é uma tragicomédia.
Marinho Guzman
Bom dia!
Inevitáveis os pensamentos reflexivos nessa época de
festas e fim de ano.
Deve ser a análise involuntária do ocorrido no ano,
nos últimos anos, em todos os nossos anos, levando de quebra as nossas relações
com os outros indivíduos.
Aparentemente existem pessoas mais ou menos alegres,
mais ou menos preocupadas e mais ou menos felizes.
Eu digo aparentemente, porque o homem apesar de dar
sinais dos seus sentimentos, às vezes é uma caixinha de surpresas, como esses
caras que entram atirando em escolas, que pulam do alto dos prédios, ou caras
comuns, que são capazes de atos magnânimos para salvar a vida de alguém em
perigo num incêndio, numa enchente ou outras situações inesperadas.
Você, eu e a maioria das pessoas que nós conhecemos,
certamente não chega nem chegará a extremos. Vivemos uma vida rotineira, onde
não há muito lugar para a morte prematura ou inesperada, nem para pensamentos
recorrentes do inexorável fim.
Mas, a partir de certo dia e em alguns dias,
especialmente, todos nós começamos a pensar, mais ou menos, na nossa vida e no
final dos nossos dias.
As empresas, depois de certo período fazem um
balanço das suas operações apurando o lucro ou o prejuízo. Nós fazemos o mesmo,
em algumas datas. A gente lembra das coisas boas que aconteceram, dos percalços
a que todos estamos sujeitos e de um ou outro fato que aparentemente poderia
ter sido evitado, minorado ou de preferência não ter existido.
Isso não é possível.
Deixo aqui algumas linhas que pretendem explicar
muita coisa:
As quatro Leis da Espiritualidade ensinadas na
Índia:
- A primeira lei diz: “A pessoa que vem é a pessoa
certa“. Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso
redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em
cada situação.
- A segunda lei diz: “Aconteceu a única coisa que
poderia ter acontecido“. Nada, absolutamente nada do que acontece em nossas
vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum “se
eu tivesse feito tal coisa” ou “aconteceu que um outro”. Não. O que aconteceu
foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e
seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas
vidas são perfeitas.
- A terceira diz: “Toda vez que você iniciar é o
momento certo“. Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos
prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.
- E a quarta e última afirma: “Quando algo termina,
ele termina“. Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa
evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a
experiência.
Não é por acaso que estamos lendo este texto agora.
Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que
nenhum floco de neve cai no lugar errado.
Bom dia!
Marinho Guzman
A gente conhece as pessoas mas nem sempre sabe da
sua origem.
Outro dia escrevi do meu avô, imigrante espanhol e
cujo primeiro emprego foi ser carvoeiro, chegando exclusivamente pelo árduo
trabalho, a ser um dos maiores latifundiários do Brasil.
Nos dias seguintes tive uma torrente de lembranças
dele, do meu pai, da minha mãe e especialmente da minha avó materna Rosa de
Andrade Pacheco.
Dona Rosinha como era chamada, teve quinze filhos,
dos quais doze sobreviveram. Acho que foi um recorde para a época onde a
mortalidade infantil era enorme. Minha mãe filha mais velha, tem hoje 92 anos
de idade e vários tios e tias estão vivos.
Dona Rosinha era quase venerada por todos que a
conheciam. Depois do segundo ou terceiro incêndio que destruiu a marcenaria do
meu avô, deixando-o depressivo e praticamente inabilitado para o trabalho,
arregaçou as mangas e com forças tiradas de não sei onde, transformou a casa
onde morava e outra que herdara da mãe, em casas de cômodos, as quais alguns
mal educados e deselegantes chamavam na época de cortiços.
Com a renda dos aluguéis sustentou e formou todos os
filhos, tendo como peculiaridade a formação musical da maioria no Conservatório
Musical e Dramático de São Paulo, coisa que não era para muitos na época.
Não eram tempos fáceis como me contou minha mãe, mas
a vó Rosinha conseguiu agregar toda a família e a sua casa era o porto seguro,
o lugar onde mesmo depois de casados, filhos, filhas e netos se reuniam em
almoços, festas de aniversario e especialmente no Natal, na Rua Sergipe 248,
endereço nobre em Higienópolis, casa que ela comprou depois que as coisas
melhoraram e ela ficou até bem de vida, tendo reformado e transformado o
casarão imenso num belo palacete.
Cheguei a morar com a vó Rosinha por uns seis meses
porque minha mãe, acometida por uma nefrite, ficou imóvel na cama, e essa lhes
pareceu a melhor solução, uma vez que eu estudava no Colégio Rio Branco, apenas
três ou quatro quadras da casa da vó.
Depois que meu avô morreu e ele morreu cedo, acho
que com uns cinquenta anos, minha vó e as filhas mantiveram um longo luto,
vestindo-se de preto por pelo menos um ano, como era costume na época. Eu tinha
quatorze anos.
Terminado o luto, e é dessa época que eu me lembro.
A casa estava sempre em festa, abastecida de comida e cheia de visitas.
Familiares e amigos e amigas dos filhos vinham visitar a Dona Rosinha com um
carinho memorável, uma vez que ela participou ativamente na formação de todos e
a todos dava conselhos, atenção e carinho.
Dona Rosinha morreu cercada da família que criou e
manteve agregada. A família amparou-a na velhice e até que o casarão da Rua
Sergipe desse lugar a um luxuoso prédio, a família ainda se reuniu lá por um
tempo.
Tenho saudades da lembrança do que é uma família
grande e unida, coisa que hoje em dia pouco se vê.
Marinho Guzman
Noves fora
zero.
Dois mais um três, mais um quatro, mais dois seis,
mais um sete, mais dois nove. Noves fora zero.
Essa é a prova dos nove, da data mais comentada dos
últimos tempos, 12/12/12.
O mundo não acabou, pelo menos para nós. Você, eu e
mais um monte de gente por aí, continuamos na lide diária para fazer com que a
nossa vida não seja um zero.
Voltamos, à estaca zero. Acordar, novos acont
ecimentos, esperanças renovadas e bola para frente.
Noves fora zero.
Na prova dos nove da vida, a lição de ontem, para
mim, foi receber os parabéns de alguns amigos pela conquista do glorioso São Paulo
Futebol Clube por mais um título.
Não estou falando dos parabéns de quaisquer amigos,
estou falando de alguns amigos e amigas corintianos, que apesar da paixão pelo
seu próprio time, magnanimamente sabem respeitar o time dos outros, as crenças
dos outros e até mesmo os defeitos dos outros.
Isso renova a minha crença no ser humano, pelo menos
em meia dúzia deles.
Noves fora zero para alguns, zero à esquerda para o
valor desses rapazes sem caráter do Tigre Futebol Clube, que reforçaram uma
antiga crença, sem fundamento, de que a Argentina só manda para o Brasil frente
fria e filho da puta. De que os argentinos são todos uns merdas, que acham que
nós brasileiros somos todos macacos etc.
Isso não é verdade, tem muito argentino bom e eu
mesmo conheço dois.
Certo é que a atitude desses rapazes precisa ser
exemplarmente punida.
Não é de hoje que transformam uma partidas de
futebol em agressões gratuitas.
Nas últimas duas partidas, mostraram total falta de
respeito pelas regras que fazem do esporte um congraçamento.
Eu espero sinceramente, que todo mundo, não
importando para que time torça, nem das brincadeiras que todos fazemos com os
amigos dos times adversários, repudiem e façam como eu, protestos veementes,
que levem esse tipo de atitude a uma punição muito, mais muito severa, para que
atitudes como essas de falta de caráter, não manchem o esporte, as amizades e
até mesmo os países.
Não confundamos bandidos, brasileiros ou argentinos
com os brasileiros e os argentinos de valor.
Noves fora, fui !
Marinho Guzman
Minha mãe.
Um texto não precisa exaurir uma ideia, assim como
uma iguaria não precisa matar a fome.
A morte é o fim e pode ser também o começo, a
religião não foi feita para ser entendida, devemos aprender a ler os sinais do
Criador para acreditar que não estamos aqui por acaso.
Depois disso, dá para escrever essas linhas sem a
preocupação de que mais de noventa anos de vida possam ser resumidos em algumas
palavras.
Minha mãe partiu!
Apesar do o triste e doloroso último ano ela não
tinha nenhuma doença e não queria morrer. O brilho nos olhos durou até o último
suspiro e espero que ela já tenha encontrado aqueles a quem amou e de quem teve
as melhores lembranças.
Muitos vivem, alguns deixam um legado e a saudade é
personalíssima, podendo ser dolorosa para uns e gostosa para outros.
O legado deixado pela minha mãe vive dentro de mim
como sempre viveu. Sou capaz de lembrar-me dela desde os meus cinco anos de
idade, me acompanhando nas lições do colégio, com muito rigor e com doçura.
Lembro-me dela por toda a vida deixando de lado a
sua para acompanhar a minha. Lembro-me do seu desespero quando na rebeldia dos meus
vinte anos, ameacei deixar a escola e ela me convenceu a continuar.
Lembro-me da mãe guerreira que cuidou da casa
sozinha e ainda trabalhou, dando aulas particulares de piano na casa dos
alunos, poupando-os do trajeto que ela fazia sem reclamar.
Lembro-me da sua alegria de encontrar um novo
companheiro, com quem viajou todo o mundo por várias vezes e de quem falava
sempre com muito carinho em vida e depois que ele partiu.
Lembro agora e sempre lembrarei, que a parte boa de
quem sou veio dela.
Não estou triste. Com a convicção que ela tinha que
ao partir reencontraria seus queridos, breve estaremos juntos novamente.
Marinho Guzman
Um texto
não precisa exaurir uma ideia, assim como uma iguaria não precisa matar a fome.
Marinho Guzman
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