Invariavelmente
escrevo meia dúzia de palavras ou alguns números com uma das
canetas que estão sobre a minha mesa.
Diferente
de todas as outras do tipo descartáveis, essa eu tenho faz uns vinte
anos e pasmem, com a mesma carga.
Não
é uma caneta cara e se comprada hoje deve custar uns vinte ou tinta
reais, não mais, provavelmente já ficou dentro da gaveta alguns
desses anos e por esse motivo a carga ainda não esgotou.
Mas
ultimamente ela está bem a vista e à mão e cada vez que eu a pego,
lembro que quando a carga terminar provavelmente ela irá para o lixo
para alguma caixa, junto com tantas outras cuja carga terminou e
nunca foram trocadas.
Imediatamente
paro de escrever com ela e pego qualquer uma das outras, as
descartáveis.
Bobagem
ou não, desleixo de nunca comprar uma carga para qualquer caneta,
muito menos colocar tinta numa das várias Parser e Sheafers que
jazem na tal caixa da gaveta, parei para escrever essas linhas pelos
pensamentos que isso me traz sempre, com essa atitude de preservar a
carga tê-la mais um tempo à mão ou à vista.
Preciso
relembrar o prazer de olhar para algumas coisas, independente do seu
valor, aliás, acho que depois desse texto vou usar mais a caneta e
quando a tinta terminar vou simplesmente deixá-la sobre a mesa ou
até mesmo procurar uma nova carga para ela.
Parece
que chegou a hora de olhar mais para o que eu tenho do que buscar
coisas novas, quase sempre descartáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário