Para alguns, as postagens e fotos no Facebook podem ser uma
tortura...
É de invejar, a disposição dessa juventude saudável de minissaia
e tanquinho, parece que à prova de ressacas, de bafômetros e de grandes
decepções amorosas.
Tchim... tchim... bebidas e porres à parte, será mesmo, que
as decepções hoje em dia duram menos que um fim de semana?
E será que de tanto a fila andar não vai desandar a cabeça?
Será que não é mais preciso casar pelos benefícios?
Será que ao demorar mais para amadurecer os jovens de hoje viverão
mais que os de antigamente?
Quando eu tinha vinte anos era diferente, mas era igual...
Uns centímetros a mais nas saias, umas polegadas a menos nos
bíceps, mas a mesma vontade de aproveitar tudo que a vida promete quando a
gente é jovem. Promessas nem sempre cumpridas para alguns que ficam pelo caminho
por causa de uma dessas peças inimagináveis que o destino prega.
E a dor de corno?Ahhh... a dor de corno! Parece que durava mais... Uma eternidade!
Eu mesmo senti uma delas por décadas, até que finda a obsessiva
paixão e observando melhor meu algoz, percebi que fui trocado por luxo, conforto
e status, mas que os prazeres que o dinheiro proporcionou se tornaram um vício
que fez mais mal do que bem e a levaram, ao que parece, a uma prisão sem
grades.
Da juventude à velhice, é sempre um pulo e várias quedas.
Não posso falar das alegrias e das preocupações de quem tem
filhos, mas cansei de ouvir de tantos a ventura de tê-los e não deixei de ser parabenizado
por alguns, pela opção de não os ter, o que poupa a gente de sofrer muito, ainda
pela remota possibilidade de vê-los sofrer ao encarar as dificuldades da vida.
Aqui estamos nós agora na casa dos cinquenta e dos sessenta
e tantos anos, a barriga como troféu indesejável e as amigas lutando bravamente
contra o efeito da gravidade.
Grave idade! Vai... idade! Vai idoso! E se os peitos e a bunda caem, vai ficar bem
pior quando pau velho de guerra e cansado do Viagra, não levantar mais, ou
pior, num brado retumbante, der o grito de independência e morte.
A vingança de todos nós é que ninguém vai deixar de passar
por tudo isso.
Bem atrás de nós já vêm vindo, quem um dia nos chamou de
velhos... nem sempre na melhor das formas.
E insisto, não sei quem inventou essa tal de melhor idade,
mas talvez eu preferisse ficar com as grandes dúvidas e as dificuldades de ser
jovem e começar tudo de novo.
Só pediria a Deus que eu tivesse sempre, a Amanda Palma!
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