Cada um sabe de si, diria a velha Inácia, empregada quase da família, na
casa da minha avó Rosinha.
Cuidar da própria vida, o que deveria ser uma questão de
educação, passou a ser uma quase virtude
nos dias modernos.
A gente não precisa ficar sentado na porta de casa, como
antigamente, esperando que os vizinhos passem com as novidades, porque elas vem
ao nosso encontro e nos atropelam, nas
telas dos computadores, tablets e telefones interligados pelas redes sociais.
Afinal, a gente fica sabendo das coisas mesmo sem perguntar.
As periguetes desfilam suas virtudes em exíguos mini
vestidos, as mais ousadas tapam só aquilo que a gente nem precisa ver para
saber exatamente como é o tamanho que têm.
As recatadas... bem, dessas a gente não fica sabendo mas os
maledicentes se encarregam de divulgar os predicados e preferências ainda que a
gente não pergunte. Caiu na internet, caiu na boca do povo.
Antigamente a molecada se vangloriava na escola e na rua, contando
quem comeu, quem comeu quem e da vontade que tinham de comer alguém.
Hoje em dia os adolescentes “ficam” e a gente não sabe se
ficaram na cama, se deram uns beijinhos na porta do colégio ou se aproveitando
a liberalidade, mandaram ver geral, com a experiência que dá ter acesso à
pornografia e sacanagem da internet.
Ahhh... como era diferente o acesso à pornografia nos meus
tempos. Para começar, guardar bem escondido com uma senha, deletar ou
simplesmente olhar e apagar o histórico das visitas às fotos e outras
informações era impossível.
A posse tinha que ser material e sempre sujeita a uma
revista nas gavetas e bolsos de roupas no fundo dos armários. Nunca soube que
as garotas da minha época tivessem fotos explícitas guardadas num baú ou que
ficassem fofocando com as amigas seus sonhos mais eróticos.
Fico só imaginando se como num passe de mágica pudéssemos ter
um tablet conectado em 1.958 e como se fora uma bola de cristal pudéssemos
antever o futuro.
Nóóóósaaaa!!! Iria
ser demais!!!!! Claro, se não fossemos queimados como bruxos...
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