Alguns nem chegam a viver bem e colocam fim à própria vida. Não
há uma explicação lógica para isso. Existem várias, as causas são muitas, quase sempre passando
pela depressão, doença que mata e maltrata.
Se você suspeita que alguém do seu convívio possa estar com
depressão, não titubeie em ajudá-la. Muitas pessoas não sabem que tem e a
maioria reluta em pedir ajuda.
Mas o assunto é vida.
A vida é curta.
A vida é curta.
Não há quem tenha uma boa vida que não ache que oitenta ou noventa
anos são poucos para se viver.
O certo é que todas as fases da vida têm seu encanto e
muitas vezes nos reportamos à juventude como a melhor delas.
Bebês são sempre alegres, crianças são sempre agitadas, adolescentes
são sempre rebeldes, moços e moças pensam que já sabem tudo quando começam a
beber, a amar e a transar.
Tem gente que passa por todas essas fases sem perceber que aos
trinta anos ainda podem ter o dobro disso para aproveitar ou se arrepender pelas
escolhas que fizerem.
Não há em vida, o que não tenha caminho de volta, mas a vida
foi feita para ir adiante, para subir degraus e não para descer. Ao contrário
de uma escada, a volta pela descida é sempre mais difícil e pode ser triste.
Se você conhece algum jovem que trilha o caminho das drogas
insista em ajudá-lo. Muitos não sabem ou não querem, mas precisam
desesperadoramente de toda ajuda.
Aos quarenta anos a maioria das pessoas tem mais da metade
da sua historia escrita. Para alguns se parece como um conto de fadas, para
outros um romance. Alguns vivem verdadeiros dramas e uns poucos têm uma
trajetória que é um filme de horror.
Nessa época a maioria já casou, descasou, gerou filhos e
embora não percebam, as crianças são quase sempre o retrato dos seus pais. Meu
avô sempre dizia: - Os filhos serão, aquilo que os pais queiram que eles sejam.
Se você discorda é porque não sabe, ou não soube educá-los e porque não
conheceu meu avô.
Aos sessenta anos os que ainda não perceberam que a vida é curta
finalmente se dão conta, que se fossem um carro não teriam mais combustível
para a volta. Aliás, nem poderiam ir muito longe. Combustível pouco, mais
manutenção e menor velocidade.
Queiram ou não, o organismo é como uma máquina que responderá
de acordo como foi usada.
Quem exigiu demais agora vai ter mais problemas. Quem viveu
a vida mais devagar, com mais calma pode ter certa vantagem, ainda que sem nenhuma
garantia.
E mais não escrevo porque não sei como será daqui para
frente. Só sei que a vida parece curta demais para quem como eu, tem saúde e
gente querida por perto.
Espero, nos próximos trinta anos tê-los como leitores e aí
eu conto tudo de bom que estarei certamente vivendo com a minha querida Amanda
Palma.
A vida é curta. Curta a vida!
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