Quando eu tinha quinze anos usar cabelos compridos era
moda e os pais e mães da gente reclamavam muito.
Já se passaram muitos e muitos anos e os nossos filhos
estão reclamando dos cabelos grandes e das ideias curtas dos netos.
Quando eu tinha vinte anos, as modelos eram magérrimas
e não tinham peito. As peitudas eram sumariamente rejeitadas e se aparecesse
uma estereotipada “tipo panicat” se apresentando como modelo poderia até ser
tachada de masculinizada.
Quando eu tinha trinta anos era moda usar correntes e
pulseiras do Guerreiro. Hoje quase todos os jovens usam, e o pessoal da minha
geração abandonou os metais.
Quando meus pais eram jovens, tatuagem era coisa de
marinheiro, presidiário e puta. Na minha
época, era coisa de hippie e maloqueiro. Garotos com tatuagem não eram aceitos
para servir o exército e as garotas legais fugiam dos tatuados como o diabo
foge da cruz. Hoje as patricinhas trocam qualquer mauricinho por um musculoso
tatuado e com a barba por fazer.
Hoje em dia as putas de verdade estão mais centradas
no trabalho e não é qualquer puta que ostenta uma tatuagem bacana como a das
modeletes, das periguetes e das modernetes, e a delas é sempre muito maior do
que a dos molecotes.
Antigamente futebol era coisa de homem. Hoje muitas
mulheres vão ao campo atrás de diversão, algumas atrás dos seus homens e a
maioria atrás dos homens das outras mulheres.
As
coisas não mudam, a gente é que muda é que a idade muda a gente.
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